sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Diabetes

O que é?
A diabetes é uma doença em que os valores sanguíneos de glicose (açúcar simples) são anormalmente elevados, dado que o organismo não liberta insulina ou utiliza-a inadequadamente.

A insulina é produzida nas células ß dos ilhéus de Langerhans do pâncreas. O pâncreas é um órgão que está junto ao estômago e fabrica muitas substâncias, entre elas a insulina. Esta hormona é a principal substância responsável pela manutenção dos valores adequados de açúcar no sangue. A elevação das concentrações de açúcar no sangue depois de comer estimula o pâncreas para produzir a insulina, a qual evita um maior aumento dos valores de açúcar e provoca a sua descida gradual. Na diabetes este mecanismo de compensação não funciona. Por isso, a insulina é fundamental para a vida. A sua falta ou a insuficiência da sua acção levam a alterações muito importantes no aproveitamento dos açúcares, das gorduras e das proteínas que são a base de toda a nossa alimentação e constituem as fontes de energia do nosso organismo.
A diabetes é uma situação muito frequente na nossa sociedade e a sua frequência aumenta muito com a idade, atingindo os dois sexos. Em Portugal, calcula-se que existam entre 400 a 500 mil diabéticos.

Que tipos de diabetes existem?
Diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulino-Dependente) - É a mais frequente (90 por cento dos casos).

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, de forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a actividade física regular. Caso não consiga controlar a diabetes através deste tratamento, o doente deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. Nesta situação deve consultar sempre o seu médico.

Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulino-Dependente) - É mais rara.

O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver do sangue o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes de tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.

Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.

Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.

A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, há que recorrer, com a ajuda do médico, ao uso da insulina, para que a gravidez decorra sem problemas para a mãe e para o bebé. Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Sintomas
Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

• Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
• Sede constante e intensa (polidipsia);
• Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
• Fadiga;
• Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
• Visão turva.
Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. A saber:

• Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
• Ter muita sede;
• Emagrecer rapidamente;
• Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
• Comer muito sem nada aproveitar;
• Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Causas
A hiperglicemia (açúcar elevado no sangue) que existe na diabetes deve-se em alguns casos à insuficiente produção de insulina; noutros à sua insuficiente acção e, frequentemente, à combinação destes dois factores. Se a glicose não for utilizada, acumula-se no sangue (hiperglicemia), sendo, depois, expelida pela urina.

Como se sabe se a diabetes está controlada?

Diariamente, é o doente que se analisa e se vigia a si próprio, quer através do seguimento de uma alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa.

São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.

Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Caso contrário, o doente deve consultar o médico assistente.

Quais são as consequências?

• Complicações agudas podem ocorrer por excesso ou falta de glicose no sangue, podendo levar ao coma e à morte se não forem tratadas com urgência.
• Cegueira, por retinopatia diabética e catarata.
• Enfarte do miocárdio, é duas a três vezes mais frequente nos diabéticos.
• Gangrena ocorre por diminuição da circulação arterial no pé e na perna. Graves problemas e consequente amputação podem ser evitados com medidas simples e sistemáticas, aplicadas pelo próprio paciente.
• Impotência sexual masculina é comum entre os homens diabéticos outras complicações graves.
Todas estas consequências podem ser evitadas através de um controlo eficaz.
Como tratar a diabetes?

Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente.
O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).

Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

Diabetes tipo 2 - O tratamento é semelhante mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.

Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que actuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina.

Seguindo uma alimentação correcta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, factor que diminui significativamente o risco de amputações futuras.

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