quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sedentarismo


O sedentarismo já é considerado a doença do próximo milénio. Na verdade trata-se de um comportamento induzido por hábitos decorrentes do conforto da vida moderna. Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das actividades ocupacionais que demandam gasto energético por facilidades automatizadas, o ser humano adopta cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético do seu corpo.

O que é o sedentarismo?
 
O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da actividade física. Na realidade, o conceito não é associado necessariamente à falta de uma actividade desportiva. Do ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por semana com actividades ocupacionais. Segundo um trabalho realizado com ex-alunos da Universidade de Harvard, o gasto calórico semanal define se o indivíduo é sedentário ou activo. Desta forma, para deixar de fazer parte do grupo dos sedentários o indivíduo precisa gastar no mínimo 2 200 calorias por semana em actividades físicas.
 
Causas de sedentarismo

As causas geradoras do sedentarismo são inúmeras. Muitas delas têm origem comportamental e estão ligadas à família. Um dos principais motivos que leva à inactividade física é o exemplo dos pais. Os filhos aprendem com os hábitos que observam em casa, assim, se pretenderem influenciá-los positivamente, devem tomar a iniciativa de estimular momentos de actividade física com eles.

Pesquisas indicam que quando os pais são activos, as probabilidades de que os seus filhos também o sejam é seis vezes maior. Ainda neste contexto, a influência do pai é maior do que a da mãe. Quando somente esta é activa, a probabilidade de que os filhos sigam o exemplo é de duas vezes; já no caso do pai, as probabilidades sobem para 3,8 vezes. Os dados tornam evidente a importância da família no comportamento e na preocupação dos cuidados da saúde do corpo.

Uma questão fundamental que tem contribuído para o sedentarismo, e que muitas vezes tem sido negligenciada, é a influência do factor económico no hábito de lazer das pessoas. Com a melhoria do poder aquisitivo e a concentração populacional nas áreas urbanas, houve um aumento generalizado de consumo de aparelhos de televisão, computadores, playstations, automóveis, fast-food, etc., que fez com que as pessoas se movimentassem menos.

Reforçando o contraste entre a diminuição dos hábitos de actividade física no lazer e os comportamentos sedentários, temos a crescente popularização dos centros comerciais de grande superfície, que se espalham por todas as cidades. Passear nestes locais tornou-se uma das principais modalidades de lazer. Neles, as actividades tornam-se integradas, como compras, cinema e alimentação, somadas ao factor de segurança. Anda-se pouco, come-se muito. Além disso, o uso do carro é hoje o meio prioritário de locomoção, ou seja, as pessoas andam cada vez menos pela cidade.

No caso específico da mulher, a conquista de novos espaços na sociedade, antes ocupados pelo homem, também contribuiu para que ela adoptasse um comportamento sedentário e se tornasse, portanto, mais vulnerável aos problemas decorrentes do sedentarismo.

Todo este quadro demonstra que o papel do profissional de saúde e de educação continua essencial para a consciencialização e mudança de comportamento.

Quais são as consequências do sedentarismo?

A vida sedentária provoca literalmente o desuso dos sistemas funcionais. O aparelho locomotor e os demais órgãos e sistemas solicitados durante as diferentes formas de actividade física entram num processo de regressão funcional, caracterizando, no caso dos músculos esqueléticos, um fenómeno associado à atrofia das fibras musculares, à perda da flexibilidade articular, além do comprometimento funcional de vários órgãos.
 
Entre os problemas associados ao sedentarismo estão ainda lombalgia, a hipertensão arterial, o aumento de colesterol, o risco de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e até alguns tipos de cancro como o cólon, do recto e da mama.
Como deixar de ser sedentário?
 
Para atingir o mínimo de actividade física semanal, existem várias propostas que podem ser adoptadas de acordo com as possibilidades ou conveniências de cada um:
  • Praticar actividades desportivas como andar, correr, pedalar, nadar, fazer ginástica, exercícios com pesos ou jogar à bola são propostas válidas para evitar o sedentarismo e importante para melhorar a qualidade de vida. Recomenda-se a realização de exercícios físicos de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana;
  • Exercer as actividades físicas necessárias à vida quotidiana de maneira consciente, já é um grande aliado contra o sedentarismo.

1 comentário:

  1. bom dia Natalina, eu gostaria de saber quais referencias foram utilizadas para embasar esse texto.
    gostei da sua força de explicar sobre o sedentarismo, porem para que eu possa utilizar seu texto preciso das referencias.
    obrigada

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