quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Bulimia o que é?

A bulimia nervosa é um transtorno alimentar que se caracteriza pela ingestão de grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos), seguidos por métodos compensatórios, tais como vómitos auto induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o aumento de peso, pelo medo exagerado de engordar. Ao contrário da anorexia nervosa, na bulimia pode não haver perda de peso e assim médicos e familiares têm dificuldade em detectar o problema. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora, raramente, possa ocorrer em homens e mulheres com mais idade.

Bulimia nervosa é uma disfunção alimentar. Tem maior incidência a partir da adolescência e afecta 3 a 7% da população, embora seja difícil assegurar o real número de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de preconceitos e é difícil para o próprio doente confessar o seu problema. Cerca de 90% dos casos ocorre em mulheres. A pessoa bulímica, de acordo com os critérios diagnósticos utilizados pela Classificação Internacional de Doenças (CID), tende a apresentar períodos em que se alimenta em excesso, muito mais do que a maioria das pessoas conseguiriam se alimentar num determinado espaço de tempo. Depois destes períodos, a bulímica irá induzir o vómito e sentir-se-á muito culpada e deprimida. Apesar de toda esta situação ser extremamente desconfortável, cria-se um ciclo vicioso que ela não consegue ultrapassar e este padrão caótico de alimentação instala-se.

Causas da Bulimia

Pouco se conhece a respeito das causas da Bulimia Nervosa. Possivelmente aspectos socioculturais, psicológicos, individuais e familiares, neuroquímicos e genéticos sejam algumas das causas desta doença. Distúrbios no seio familiar, eventos stressantes relacionados com a sexualidade e formação da identidade pessoal também são apontados como factores que levam à bulimia.

A influência cultural tem um peso bastante grande na sociedade, o corpo magro é encarado como símbolo de beleza, poder, autocontrolo e modernidade. Assim, a busca pelo corpo perfeito tem-se manifestado em três áreas: nutrição/dieta, actividade física e cirurgia plástica.

Consequências da Bulimia

• Alimentação compulsiva (incapacidade de controlar tais episódios)
• Os períodos menstruais tornam-se irregulares
• Uso excessivo de laxantes e/ou indução do vómito
• Sono irregular
• Lesões nos músculos intestinais (o que pode causar obstipação crónica)
• Dificuldades de concentração
• Dificuldades de raciocínio
• Dores de barriga persistentes
• Dedos inchados e atrofiados
• Depressão
• Frio
• Fragilidade óssea
• Músculos atrofiados
• Cansaço
• Morte

A cura

O primeiro passo para tratar estas perturbações alimentares será, obviamente, o reconhecimento de que as mesmas se instalaram. Quanto mais depressa a própria ou os familiares admitirem que algo não está bem, melhor. Depois disto, é indispensável recorrer de imediato a um médico psiquiatra ou psicólogo, preferencialmente numa consulta especializada, pois este problema pode levar à morte.



O tratamento tem que iniciar de forma rápida, com muita firmeza, sem deixar absolutamente nenhuma alternativa para a paciente, de modo que fique claro para ela que não pode vomitar e que tem que ganhar peso.

É importante perceber que este não é um tratamento simples, nem a curto prazo.
Algumas formas de combater este problema:

a) Antidepressivos:
Os antidepressivos diminuem o carácter compulsivo dos vómitos e agem no Sistema de Neurotransmissores que estão alterados nesta doença. O efeito não é imediato e pode ser muitas vezes recusado pela paciente que não aceita o facto de ter de estar doente.

b) Psicoterapia:
É fundamental para combater este problema, sendo a mais eficaz a Cognitiva – Comportamental. A psicoterapia é, muitas vezes, encarada pela paciente como o “castigo semanal”.

c) Às vezes é necessário que o Endocrinologista e um Nutricionista façam um programa de nutrição.

d) Internação hospitalar por algumas semanas.
Justifica-se sempre que o estado de emagrecimento chegou a um ponto em que a paciente começa a correr riscos para a sua saúde física. Embora seja muito pouco aceite pela família e pela paciente, uma internação hospitalar no início de um tratamento proporciona os melhores resultados. A internação tem como principais objectivos fazer com que a bulímica ganhe peso, trate da desnutrição e fique sensibilizada para a necessidade de mudar a sua atitude, pois caso contrário, poderá ser fatal.

e) O apoio familiar:
Prepare-se para uma luta de anos. Geralmente a família sofre, porque não consegue ajudar e sobrecarrega a paciente que dificilmente aceita ser ajudada.
As melhorias que se fazem sentir no início do tratamento podem ser enganadoras, uma vez que as recaídas são muito frequentes. Aliás, as recaídas e o isolamento social são mais frequentes do que a cura completa.

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